Um pouco sobre CRIA e suas criadoras
O espetáculo CRIA tem seu embrião gerado na pesquisa e intercâmbio das duas atrizes Caísa Tibúrcio e Nara Faria com a artista mexicana Gabriela Muñoz. Gabriela Muñoz se dedica a investigação do silêncio com um recurso cênico capaz de gerar uma comunicação universal.
CRIA em seu enredo apresenta os percursos de duas mulheres, que por um infortúnio do destino molecular e das mutações das dimensões físicas, se deparam com a transitoriedade do espaço/tempo. Transitam e migram de locus e forma, assim como os átomos que já fizeram parte de outros corpos ao longo da sua existência.
O espetáculo traz uma proposta de encenação que alcança os alargamentos poéticos, os fluxos de encantamento, as sensações de rupturas, de vazio e completude presentes no material inicialmente coletado. Com trilha sonora autoral inspirada nas ambiências da linguagem audio visual, nasceu CRIA.
Durante dessa primeira etapa da pesquisa, sob a coordenação de Gabriela, foi investigada a utilização de recursos de iluminação para a criação de imagens poéticas e produção de conteúdo resultante das inquietações das intérpretes. Criou-se um repertório temático, com acervo de referências de textos e de imagens que daria origem à montagem.
Ao final de dois meses de maturação deste repertório, entra no processo a artista brasiliense Ana Flavia Garcia, que investiga os elementos da comicidade, do gesto à narrativa e é autora do conceito de dramaturgia de Síntese, para fazer a direção teatral do espetáculo,bem como sua dramaturgia.
Que ambientes se localizam entre a concretude e o desconhecido, entre o real e o etéreo, entre o conforto da rotina e o abismo? Um salto poderia virar um vôo? Provocações de CRIA, afinal... a natureza é imprecisa.